Sequestro – “Sou o Marcelinho Carioca”, disse ex-jogador antes de levar coronhada

Foto: Reprodução

O ex-jogador Marcelinho Carioca, de 51 anos, ídolo do Brasiliense e do Corinthians, detalhou para a Polícia Civil como foi o sequestro do qual foi vítima em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, no último fim de semana. Ele e a amiga Taís Moreira, 36, foram resgatados na segunda-feira (18/12).

Segundo o boletim de ocorrência, obtido pelo Metrópoles, ao perceber a aproximação de três criminosos, o ex-jogador e a amiga se esconderam, abaixados na Mercedes Benz CLA250 dele. Forçado a abrir a porta, ainda tentou dissuadir os bandidos. “Eu sou Marcelinho Carioca”, disse. Em seguida, levou coronhadas na cabeça e no olho esquerdo.

O ataque aconteceu próximo à Rua Salesópolis, em Itaquaquecetuba, onde fica a casa de Taís, na madrugada de sábado para domingo (17/12). Com Marcelinho Carioca e a amiga encapuzados no carro, os bandidos ainda usaram a Mercedes para rodar por cerca de uma hora no meio de um baile funk que acontecia na região.

Só no cativeiro que os bandidos se deram conta que haviam sequestrado uma celebridade. Foi quando decidiram comprar água e comida para Marcelinho Carioca, de acordo com o seu depoimento.

Sequestro

Marcelinho Carioca foi para o show do cantor Thiaguinho, na NeoQuímica Arena, na zona leste da capital paulista, no sábado (16/12). Morador de Arujá, na Grande São Paulo, ele combinou de, na volta, passar na casa de Taís, que é fã do cantor, para deixar ingressos da outra apresentação que aconteceria no dia seguinte.

À polícia o ex-jogador afirmou que, ao chegar à casa da amiga, percebeu que havia um baile funk acontecendo, parou o carro uma quadra abaixo e pediu para que Taís encontrasse com ele no local. Ela já estava no veículo quando ele percebeu, pelo retrovisor, a aproximação de três homens armados.

Confiando no insulfilm escuro, os dois ficaram abaixados na Mercedes. Os criminosos até chegaram a passar pelo carro, mas deram a volta e começaram a bater no vidro.

Rendidos, Marcelinho Carioca e Taís foram encapuzados e obrigados a passar os celulares e os cartões de banco. O ex-jogador ficou no banco de passageiros. Já a amiga foi levada para o banco de trás. Ainda no carro, os bandidos teriam ligado para outras pessoas, em busca de um cativeiro.

Cativeiro

As vítimas seriam levadas para um cortiço na Rua Ferraz de Vasconcelos, a menos de 2 km de distância do local em que foram rendidas. No local, havia movimentação de moradores, segundo o boletim de ocorrência.

O ex-jogador afirma que só foi reconhecido lá. “Em determinado momento, ouviu um dos criminosos dizer: ‘Caralho, olha lá quem é, fodeu, é o cara, é o Marcelinho’”, consta no documento policial.

“Ao passar do dia, os criminosos falaram: ‘Já que estamos com você e essa mina aqui, vamos pegar um dinheiro e, se você for de boa, vamos te soltar’. Durante todo o período, embora não estivesse enxergando, ouvia que Taís estava próxima ao declarante e chorando desesperadamente”, registra.

Por mensagens de celular, os criminosos passaram a pedir dinheiro para pessoas próximas e familiares de Marcelinho Carioca. Ao todo, os bandidos conseguiram R$ 42 mil.

Para despistar a polícia, os sequestradores também forçaram as vítimas a gravarem um vídeo apresentando uma versão falsa sobre o sequestro. Nas imagens, o ex-jogador e a amiga aparecem afirmando que teriam um caso extraconjugal e haviam sido sequestrados pelo marido de Taís.

Preso

Ao todo, a Polícia Civil já indiciou seis pessoas que teriam participado do sequestro. Dessas, quatro estão presas preventivamente e duas são consideradas foragidas.

Até o momento, Thauannata Lopes dos Santos, de 18 anos, é a única detida por supostamente ter ajudado a manter Marcelinho Carioca e Taís presos no cativeiro. Ela foi pega em flagrante no momento em que as vítimas foram resgatadas pela Polícia Militar.

Já Jones Santos Ferreira, 37, Eliane Lopes de Amorim, 30, e Wadson Fernandes Santos, 29, estão presos acusados de atuar como “conteiros” – nome dado aos criminosos que disponibilizam a conta bancária para receber dinheiro ilícito. O esquema seria liderado pelo primeiro suspeito, de acordo com a investigação.

O dono do cativeiro e uma mulher, que teriam atuado como “carcereiros” no cativeiro e fugiram com a chegada da polícia, também foram identificados. O paradeiro deles é desconhecido.

Fonte: Metrópoles / Felipe Resk

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