
Nos discursos de despedida e de começo de governo, Dilma Rousseff e Michel Temer expuseram seus estilos bem diferentes.
Em tom de guerra, Dilma atacou Temer. A presidente afastada mostrou disposição para brigar e se emocionou a falar da injustiça que julga sofrer com um impeachment sem prova.
Mas Dilma não fez uma autocrítica sincera. Numa única frase, disse que pode ter cometido erros. Para perder o poder, é claro que cometeu muitos.
Temer adotou um tom conciliador, mas deu alfinetadas em Dilma. Falou em diálogo, o que faltou a Dilma. E disse que os deputados e senadores que aprovaram o impeachment também tinham voto popular _uma resposta à acusação de chegar ao poder sem respaldo do eleitorado.
Temer tem um estilo mais moderado. Discursou como se o impeachment fosse fato consumado. Falou como presidente de forma definitiva.
Ironicamente, Temer e Dilma discursaram no mesmo dia no mesmo salão do Palácio do Planalto, o Leste. Ela falou para um público menor. O evento de Temer foi superlotado, num sinal de a política como ela é.
Base parlamentar
Com um ministério baseado na composição política, Temer quer aprovar no Congresso a agenda complicada que propôs no seu primeiro discurso como presidente interino.
Michel Temer falou em reformas da Previdência e trabalhista e em medidas para recuperar a confiança no crescimento econômico. O presidente interino foi pragmático. Acha que terá os votos no Senado e na Câmara para aprovar as medidas que Dilma tentou e não conseguiu. Ele julga isso fundamental para ter um bom início de governo.
Assista à participação no “SBT Brasil”:
Fonte: Blog do Kennedy / Vídeo: Jornalismo SBT