Invasão – PF faz nova operação para prender 32 golpistas do 8 de Janeiro
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta sexta-feira (17/3), a oitava fase da Operação Lesa Pátria, com o objetivo de identificar pessoas que participaram, financiaram, omitiram-se ou fomentaram os fatos ocorridos em 8 de janeiro, em Brasília. Na ocasião, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram a sede dos Três Poderes, causando caos generalizado na Esplanada dos Ministérios.
Policiais federais cumprem 46 mandados de busca e apreensão e 32 mandados de prisão preventiva no Distrito Federal e nos seguintes estados: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Entre os alvos desta fase, estão a mulher que pichou a frase “perdeu, mané” na estátua da Justiça em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), identificada como Debora Rodrigues dos Santos, e o homem que roubou da Câmara a bola autografada por Neymar (e que foi recuperada posteriormente), apontado como Nelson Ribeiro Fonseca Junior, além de policiais militares.
Além dela, o capitão-de-mar-e-guerra reformado Vilmar José Fortuna foi alvo de busca e apreensão, no Distrito Federal. O militar foi exonerado do cargo que ocupava no Ministério da Defesa após participar dos atos na Esplanada dos Ministérios.
Ele trabalhava como assessor da pasta desde 2013, segundo o perfil do investigado no LinkedIn, e recebeu recebeu salário de R$ 35 mil por mês, no ano passado, segundo o Portal da Transparência.
Confira a distribuição de mandados:
- Bahia: dois mandados de busca e apreensão e dois de prisão;
- Distrito Federal: dois mandados de busca e apreensão;
- Espírito Santo: um mandado de busca e apreensão e um de prisão;
- Goiás: dois mandados de busca e apreensão e dois de prisão;
- Maranhão: um mandado de busca e apreensão e um de prisão;
- Minas Gerais: nove mandados de busca e apreensão e oito de prisão;
- Paraná: dois mandados de busca e apreensão e dois de prisão;
- Rondônia: 11 mandados de busca e apreensão;
- Rio Grande do Sul: três mandados de busca e apreensão e três de prisão;
- São Paulo: 13 mandados de busca e apreensão e 13 de prisão.
Os participantes dos atos golpistas são suspeitos de crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Esta é a oitava fase da Operação Lesa Pátria. Na sétima fase, deflagrada no último dia 7, foram cumpridos três mandados de prisão e oito de busca e apreensão. Todos os detidos são moradores de Minas Gerais.
Os presos são: Edmar Miguel, conhecido por “Miguel da Laranja”, de Areado (MG); o bolsonarista Kennedy Alves, de Alpinópolis (MG); e Aline Cristina Monteiro Roque, também de Areado.
Histórico
Na primeira fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada em 20 de janeiro, a PF prendeu os bolsonaristas Renan da Silva Sena; Ramiro Alves da Rocha, conhecido como Ramiro dos Caminhoneiros; Soraia Baccioci; Randolfo Antonio Dias; além de uma quinta pessoa, que não teve a identidade nem o local de prisão divulgados.
Na segunda etapa da força-tarefa, no último dia 23, policiais prenderam, em Uberlândia (MG), o extremista que aparece em vídeos destruindo, no Palácio do Planalto, um relógio histórico trazido ao Brasil em 1808.
Na terceira fase, dois extremistas acabaram presos em Minas Gerais; um em Santa Catarina; um no Paraná; e outro no Espírito Santo. Léo Índio, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), estava entre os alvos de mandado de busca e apreensão cumpridos no DF e no Rio de Janeiro. Ele participou dos atos terroristas.
Entre os presos da fase, deflagrada em 27 de janeiro, estavam os mineiros Marcelo Eberle Motta e Eduardo Antunes Barcelos — advogado que trabalha como coordenador da assessoria jurídica da Santa Casa de Misericórdia de Cataguases (MG).
Outra presa na operação foi Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, 67 anos, conhecida como Dona Fátima de Tubarão. Em 8 de janeiro, um vídeo em que ela aparece durante a invasão ao Palácio do Planalto viralizou nas redes sociais. “É guerra. Vamos pegar o Xandão agora”, gritou, em referência ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
Fonte: Metrópoles / Mirelle Pinheiro / Carlos Carone
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